O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem reforçado sua atuação no combate ao Slut Shaming, ou Julgamento Moral, e outras formas de discriminação no ambiente corporativo. Essa prática, que consiste em julgar e desvalorizar mulheres com base em sua aparência, vestimenta ou vida pessoal, pode impactar diretamente a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, além de comprometer um ambiente profissional equilibrado.
Diante desse cenário, o MPT tem desenvolvido campanhas de conscientização, promovendo debates sobre o impacto da discriminação de gênero e incentivando empresas a adotarem políticas mais claras de prevenção ao assédio moral e sexual. O órgão também atua em fiscalizações e ações judiciais contra práticas abusivas que reforçam esse tipo de julgamento dentro das organizações.
Um dos desafios nesse contexto é a forma como a identidade profissional se relaciona com a imagem pessoal. Como destaca Luiz Eduardo Amaral, sócio da área Trabalhista, o dress code pode ser um elemento organizacional relevante, mas precisa ser bem estruturado para evitar discriminação. "O dress code pode ajudar a transmitir a identidade da empresa, seja pelo uso de uniformes ou pela padronização da vestimenta, sempre priorizando a marca e a harmonia no ambiente de trabalho. No entanto, se não há regras bem definidas, é essencial respeitar diferentes estilos", explica Amaral.
Além disso, as redes sociais trouxeram novos desafios para o ambiente corporativo. O MPT reforça que a vida pessoal do trabalhador não deve ser utilizada como critério de julgamento no ambiente profissional, sendo responsabilidade das empresas criar um espaço seguro e equilibrado. "Hoje, colegas de trabalho têm muito mais acesso à vida privada uns dos outros, o que aumenta as chances de julgamentos indevidos. As empresas devem orientar seus colaboradores para que a imagem de um profissional não seja prejudicada por aspectos da sua vida pessoal que não dizem respeito ao trabalho", complementa o sócio.
O MPT segue monitorando casos de discriminação e incentivando a adoção de políticas internas que promovam um ambiente de trabalho mais inclusivo e respeitoso. Iniciativas como treinamentos, canais de denúncia e normas bem definidas são fundamentais para garantir relações profissionais baseadas na ética e na igualdade de oportunidades.