Publicação 09 Apr 2025 · Brasil

Como realizar uma Due Diligence eficaz: dicas para ir além do checklist

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A due diligence é uma das etapas mais estratégicas e críticas em uma operação de M&A. É o momento de investigar a fundo a empresa-alvo, compreender sua real situação e identificar os riscos que podem afetar a transação.

Esse trabalho se aproxima tanto de uma investigação em que se buscam indícios, se cruzam informações e se analisam detalhes com atenção, quanto da lógica de um quebra-cabeça, em que cada peça precisa se encaixar de forma coerente para que o cenário completo faça sentido e para formar a fotografia completa do negócio.

Às vezes, tudo parece estar indo bem, mas uma peça não encaixa. Um dado que não fecha, um contrato fora do padrão, uma prática que destoa do que seria esperado. Mesmo que não haja uma evidência concreta de algum tipo de irregularidade, é preciso seguir a intuição e aprofundar a análise. Muitas vezes, os maiores riscos surgem justamente desses detalhes que “não batem” com o restante do cenário.

Além disso, cada transação é única. O tipo de empresa, o setor, o estágio do negócio e o perfil de risco do comprador exigem abordagens diferentes.

Quer saber como conduzir esse processo de forma realmente eficiente? Aqui vão algumas boas práticas:

1. Entenda o que está em jogo
Antes de iniciar a due diligence, é essencial entender o que o cliente busca com a transação. O que é essencial para ele? Qual o nível de risco que está disposto a assumir? O escopo e o foco da análise devem estar alinhados com essas respostas.

2. Adapte a análise à realidade da empresa-alvo
Startups, por exemplo, dificilmente estarão com 100% da documentação regular. Mas, se o core do negócio for tecnologia, é crucial que o software, os códigos e a base de dados estejam devidamente protegidos e regularizados. O foco da análise deve variar conforme o negócio.

3. Mantenha a postura investigativa
A due diligence não é só seguir um checklist. É uma investigação. Sempre que algo parecer estranho, vale investigar mais. Cruzar informações, conversar com outras áreas e buscar entendimento. A peça que falta pode mudar completamente a percepção daquele assunto ou até do negócio.

4. Trabalhe com uma equipe multidisciplinar
Cada área pode revelar riscos distintos. Questões jurídicas, contábeis, regulatórias, trabalhistas, fiscais ambientais e outras precisam ser avaliadas com cuidado e por profissionais especializados.

5. Organize os achados com clareza
O resultado da due diligence é um insumo essencial para subsidiar a negociação do contrato. Um bom relatório:
• Mapeia as contingências
• Permite precificar riscos
• Orienta ajustes no preço 
• Embasa as cláusulas de garantias e indenizações que o vendedor deverá conceder

Uma análise bem estruturada fortalece a posição do comprador e contribui para uma negociação mais equilibrada e segura.

A due diligence é uma combinação de técnica, experiência e sensibilidade. Um trabalho de investigação atento, com olhar de quem monta um quebra-cabeça complexo. Quando bem conduzida, ela protege, orienta e dá base sólida para que o negócio siga adiante com segurança.