Publicação 07 May 2025 · Brasil

Evite Arrependimentos – Como Mitigar Riscos ao Comprar Uma Empresa

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Evite Arrependimentos – Como Mitigar Riscos ao Comprar Uma Empresa

Toda aquisição de empresa nasce de uma intenção legítima: Crescer, diversificar, inovar. Mas boas intenções, por si só, não garantem sucesso. Quando o entusiasmo supera a cautela, os riscos de surpresas — e arrependimentos — aumentam consideravelmente.
Encerrando o M&A em série, deixamos um alerta que parece básico, mas ainda é subestimado: mitigar riscos antes da assinatura do contrato é o que separa uma aquisição estratégica de um prejuízo anunciado.

Due diligence: Muito além da formalidade
A due diligence não deve se limitar a uma análise superficial de documentos. É nesse processo que vêm à tona passivos ocultos, lacunas contratuais, inconsistências societárias, e riscos trabalhistas ou tributários que podem comprometer a viabilidade da operação logo após o fechamento.
Mais do que levantar informações, é essencial interpretar cenários, questionar práticas e compreender a cultura e os relacionamentos da empresa-alvo com fornecedores, clientes, colaboradores e órgãos reguladores.
Dica prática: envolva as áreas jurídica, contábil e técnica desde o início. A due diligence não é um evento pontual, mas um processo contínuo de investigação e tomada de decisão.

Contrato bem redigido evita litígios: Com os riscos identificados, o contrato deve ser desenhado para refletir a realidade mapeada. Um contrato eficiente é aquele que protege o comprador com base nos riscos concretos do negócio — e não um modelo genérico de prateleira.
Declarações e garantias (reps & warranties) precisam ser adaptadas ao que foi (ou não foi) identificado.
Cláusulas de indenização devem ter escopo, prazos e limites claramente definidos.
Obrigações pós-fechamento, como cláusulas de não competição ou permanência de sócios, devem estar redigidas com precisão.
Um contrato genérico pode parecer suficiente à primeira vista — até o dia em que precisar ser acionado.

Alinhamento de expectativas importa — e muito
Nem todos os problemas surgem da falta de cláusulas. Muitos decorrem da ausência de alinhamento entre as partes. Em M&A, boa-fé e transparência não são apenas recomendáveis — são estratégicas.
O comprador deve agir com diligência, sem assumir como verdade tudo o que o vendedor declara. Por sua vez, o vendedor deve colaborar de forma ativa, sinalizando eventuais fragilidades desde o início.
Relações construídas com confiança tornam o pós-fechamento mais fluido e reduzem drasticamente o risco de disputas futuras.

Em resumo:
Evitar arrependimentos começa bem antes da assinatura de um contrato. Trata-se de um trabalho conjunto entre investidores, advogados e demais assessores, que exige técnica, atenção aos detalhes e sensibilidade para riscos.
Em M&A, a gestão de riscos é o melhor investimento que um comprador pode fazer.
 

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